terça-feira, 16 de agosto de 2011

Ética e Cidadania


Resenhas:
- Obra ética de Adolfo Vàsquez
                Cap. III – A essência da Moral
                Cap. IV – A avaliação Moral
- Texto “Definição de Valores, Moral, Eticidade e Ética de Claudio Coher e Marco Segre”.




RESENHA CRÍTICA
*Vitor Giacomini

Texto 1 - Breve Discurso sobre Valores, Moral. Eticidade e Ética.

            Sob a revisão dos conceitos básicos que envolvem os valores morais e a eticidade social, o texto de Claudio Coher e Marco Segre, em uma primeira análise, envolve-se da discussão da nascente ética no indivíduo e a modelação deste ao ponto que se observa a inserção paulatina da ética em sua estruturação como pessoa humana. Dentre a condição de vir a ser ético, ou melhor, eticidade, emerge um certo conflito entre o ser biológico, natural, impregnado de seus “desejos incestuosos”, carente do conceito de família e organização,  e o ser cultural, direcionado pelo social, sob normas proibitivas e limitadoras que o cercam para proporcionar o equilíbrio das ações humanas.
            Outro ponto de grande pertinência revela-se na abordagem sobre a questão do Valor. De maneira distinta do conceito popular de valor, ou seja, uma preferência material, o autor aborda aqui sobre a crença duradoura que move, muitas vezes, uma sociedade em torno de um objetivo que tem para esta um valor cultural impregnante, do qual, geralmente, faz parte de sua característica mais marcante. Ao exemplo do dinheiro para sociedade capitalista americana, este não é somente um poder de compra, um poder de aquisição, mas sim uma forma de demonstrar o quanto necessitam dele para organizarem-se como sociedade.
            De pronto, emerge-se um dos principais pontos tratados no respectivo artigo – a Moral. Dado seu conceito básico, uma arregimentação de valores pré-concebidos aos costumes dos tempos que tem por seu efeito normas organizacionais transmissoras de princípios considerados corretos por tal comunidade. De tais reuniões de valores, surgiram os diversos códigos de conduta, impositores e não questionáveis, movidos pela religião ou Estado, cada um preparado segundo as condições de sua sociedade, e daqueles, espalharam-se os costumes e a miscelânea de moralidades.  Porém, o objetivo não é a ética condicionada por pulsão religiosa ou impositora, mas sim autônoma e derivada das proposições evoluídas ao longo da história humana, que propõem o que realmente o ser, como indivíduo, possui na sua inteira necessidade de ser ético. A livre escolha de aderir a um tal campo de normas de um grupo específico, como afirma Barton e Barton, deve ser ativa  ao momento em que o indivíduo precebe a necessidade de o ser para que se enquadre de forma coerente,  segundo seu pensamento racional.
            Portanto, a ética social vem ao encontro do “ajuste com a realidade necessária”, de maneira a resultar em um convívio social adequado e coerente, e por tal razão que se distingui da moral, pois esta vem à tona pela imposição de seus princípios, é efeito da transmissão de valores de um indivíduo para outro, em que a emoção é prevalecida, enquanto a ética deve ser apreendida e comportada diante da organização social já estabelecida, e anteriormente descoberta pela necessidade de ser racionalizada.












 RESENHA CRÍTICA
*Vitor Giacomini

VÁSQUEZ, Adolfo. Ética – Cap. VII – A avaliação moral.

            Indubitavelmente, o entendimento da avaliação da atribuição de valor a um ato humano é acrescido de seus elementos essenciais, a saber, valor atribuível, objeto avaliada e o sujeito que avalia, como relata Vásquez. Porém, não caberia analisá-los separadamente, visto que a principal discussão deste capítulo gira em torno do valor moral fundamental – a Bondade. Muito embora os objetos avaliados são resultantes de ações exclusivamente humanas, estas não são todas que possuem requisito essencial para passaram pelo processo avaliativo, pois para tal, necessitam, indiscutivelmente, afetar interesses de outrem. Logo, o ato humano está para sua conseqüência concreta no esbarro do interesse alheio, e não deve ser compreendido isoladamente, mas sim diante do contexto histórico-social que se insere.
            Uma segunda análise proposta pelo autor trata-se do ato moral positivo, posicionado como um ato moralmente valioso, incrustado no valor de bondade. Porém, carecem, nesta segunda parte, os fundamentos de sua explanação, ao momento em que não afirma sobre sua universalização, a bondade como um valor absoluto, aceito por uma sociedade única e geral, mas também não discerne sua especificidade, apenas servindo tanto para relatar suas distintas características mutantes durantes os momentos históricos que se inseriu, seja na Idade Média, derivando das vontades de Deus, seja da Idade Moderna, uma concordância com a natureza humana, como também para contrapor a significação do valor do ato negativo, ou o mal.
            Outro ponto pertinente abordado emerge da idéia do Eudonismo, ou a felicidade como a bondade supra-sumo. Apesar de relatar o conceito clássico advindo das idéias aristotélicas, de que a felicidade é o mais alto bem e está, indiscutivelmente, no exercício da razão, o e afirma serem duas as condições principais para a felicidade do homem naquela época: a segurança econômica, ou seja, espólio grande de bens materiais, e a liberdade pessoal. Pois bem, aqui encontra-se a classe predominante ditando, devido a um certo determinismo, as características do alcance da felicidade. Já para o pensamento moderno, esta enquadra-se mais para o campo abstrato do que para as condições concretas da vida social. Porém, segundo Vásquez, a felicidade não está fora do campo da concretude social, e tampouco pode esta se afastar, de maneira que julga ser a felicidade a “realização das suas mais caras aspirações pessoas”, e para isto, necessita, irrefutavelmente, estar sob o convívio social e ter para si as melhores condições de vivência destinadas diretamente nas suas posses materiais.
            Em outra análise sobre a questão da bondade, retrata o Hedonismo e suas diversas formas de prazer. Em explanação, o autor relata, primeiramente, o prazer como gozo interno de satisfação de suas vontades, observando um sentido geral de bondade, mesmo que não siga a moralidade em seu inteiro teor, como no ato negativo. Também ressalta as diferenças de prazeres entre a análise dos hedonistas quantitativos, que vêem a bondade dependente da maior satisfação e prazer que puderem obter, e os hedonistas qualitativos, que observam as diferenças de valor entre o prazer de um ato em detrimento de outro.
            Para a compreensão da “boa vontade” como ato bom, o autor adentra sobre o formalismo kantiano, em que pondera o bom como algo independente de circunstâncias ou conseqüência de atos próprios, sem restrição. Não deve ser confundido como um desejo, mas sim como uma determinação de fazer algo sem pensar que os efeitos que possam advir não correspondam aos nossos propósitos.  
            Por última análise, trata-se então a respeito do Utilitarismo, ou o bom como útil, do conceito de Jeremy Bentham. Observa o autor a respeito de duas questões. Uma primeiro, relatando o tom egoísta “Útil para quem? Para mim.”, contribuindo o bem-estar para somente um indivíduo em detrimento de outros, e por segundo a consistência da utilidade, contrária a outra questão, de maneira que o útil seja de bom para todos, independentemente de que coincida ou não com nosso bem-estar próprio.
            Portanto, a avaliação moral dos atos humanos passa por todos estes pontos, dantes relatados, quanto analisamos sua condição de ser perante os princípios que a atribuem e julgam. O relativismo diante da bondade dos atos advém do discurso teórico que cada pensamento observa, mas de certo, é dado como concreto em seu tempo histórico-social, pois é de adequação da cultura e da moralidade latente e presente.
           
            PRÓXIMA AULA
- O caso dos Exploradores de caverna
- Sobre moral, direito e democracia

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